terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Maus governos, assessores e os tachos

É um lugar comum, dizer-se que somos um povo de brandos costumes. As pessoas não refilam, não protestam, acomodam-se facilmente. Não pretendo justificar coisa nenhuma, mas o povo português sempre foi amordaçado pelo chicote da repressão ou pela árdua tarefa de reconstruir o que maus governos destruíram gratuita e impunemente. Talvez por isso, seja frequente ouvir dizer-se que a política é para os políticos. Não entendo assim. A política, como actividade nobre de governo de um país, região ou cidade, deve ser para todos e todos devem ser chamados, não só para votar, mas também, para seguirem atentamente o rumo que o acto da governação vai levando, não de forma passiva, mas com espírito crítico e, porque não, polémico. Por outro lado, o governante, se é inteligente, saberá ler a crítica com humildade e elevação, não só para não ter dissabores, mas sobretudo para daí retirar os necessários ensinamentos. Sendo assim, é dever cívico do cidadão participar activamente na vida política do concelho e do país.

Sobre a desorganização que reina no nosso país. A avaliação de professores, a falta de médicos, a crise, e o consequente aumento de desemprego em Portugal e claro está as cunhas e os tachos.

Nada me move contra as pessoas e muito menos contra quem procura desesperadamente emprego. Todos temos legitimidade para exigir do governo do nosso país a criação de postos de trabalho para todos. Entendo a ansiedade do pai ou mãe que tem de dar de comer aos filhos, ou de um jovem licenciado que quer cumprir o sonho de fazer o que gosta. A questão é de forma, não se pode criar um lugar à medida da pessoa, têm de se encontrar as pessoas adequadas para preencher os lugares necessários para desenvolver o seu concelho e o nosso amado país. Aqui o princípio foi subvertido. Por isso temos de perguntar para que servem vários lugares que em vez de serem complementares são contraditórios e demonstram que os nossos governantes têm "mais olhos que barriga". Esta política vai contra todos os princípios de cooperação com outras instituições e contra a filosofia de desconcentração de serviços que uma gestão moderna e eficiente exige.

Alguém me explica por que raio e para que se gasta tanto com assessores no governo e nas câmaras se temos quadros técnicos nos organismos públicos que podem e devem prestar estes serviços gratuitamente? Não é para ajudarem os detentores dos cargos políticos a estarem informados? Ou também se contrataram a olho uns assessores amigos da mesma cor partidária?

Fico-me pelo pensamento inicial: que ninguém se iniba de perguntar. Como diz o ditado "perguntar não ofende", podem não nos responder, mas com certeza que não nos batem. Por mim vou continuar preocupado e a questionar sobre o rumo que as coisas vão levando neste nosso país sem rumo.

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